Slide
Movimento Poético Nacional

Este é o título da obra do meu Confrade Gabriel Kwak, da Academia Cristã de Letras: Cadeira 21, cujo patrono é Sigmund Freud. A posse de Gabriel aconteceu em 24 de outubro de 2022.

Desde então, aos poucos, nossos laços foram se estreitando, nascendo uma amizade sorridente. – Ele sabe bem o porquê deste adjetivo.

Nesses dias, ao procurar um livro em minha biblioteca, referida obra me chegou às mãos.

Antes que eu teça os respectivos comentários, devo dizer que o erudito Confrade Kwak se destaca pelo uso diferenciado do vernáculo: ele diz cousa ao invés de coisa; aludir ao invés de referir-se; assanhar ao invés de estimular; exabundar ao invés de exceder; porfia ao invés de discussão; tirocínio ao invés de experiência, entre outros termos não comumente corriqueiros.

Voltando a aludida obra, cujo título é certamente um imã aos amantes da leitura, naveguei em águas conhecidas, porquanto, desde que me conheço por gente, aprecio ler. Os livros sempre foram – e são – meus eternos companheiros. Conduzem-me ao infinito da imaginação: motivando, abrindo portas e janelas do conhecimento, da alegria, curiosidade e entretenimento inenarráveis! Atiçam os meus sentidos. Ampliam meu vocabulário. Ajudam no aperfeiçoamento de minha escrita.

Não sei se viajei mais nas páginas de um livro do que literalmente de carro, ônibus e avião. Estas somam dezenas e dezenas de vezes ...

Comparativamente, o prazer de viagens pelos livros aproxima-se daquelas, porquanto ao deixar a imaginação flutuar no espaço de nossos sentidos, ganha contornos inimagináveis...

Assim, o Confrade Gabriel, ao apresentar sua obra, nos diz: “Os Livros, Nossos Cúmplices”. Cúmplices no sentido de compreensão e auxílio mútuos para uma vivência feliz.

Dos sessenta e cinco intelectuais do Brasil entrevistados por Kwak, constatou-se que alguns títulos foram repetidos. Todavia, acredito que tal se deu pela magnitude das obras. Destas, também li: Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa; Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, ambas de Machado de Assis; Os Sertões, de Euclides da Cunha; O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry; o Ateneu, de Raul Pompéia; O Guarani, e Iracema – este não mencionado -, ambos de José de Alencar.

Aliás, de Iracema, lembro-me, até hoje, do seu início, onde a prosa poética me envolveu sobremaneira:

Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; verdes mares que brilhais como liquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as laves praia ensombradas de coqueiros; ...

Mais poesia do que prosa sob minha ótica, já que poeta sou.

Agora, se tais livros foram de minha cabeceira, confesso que não, eis que obtidos junto à biblioteca do meu bairro, porquanto sou oriunda de uma família de sete pessoas (Éramos Sete), onde papai era o único provedor. E ele - com a ajuda preciosa de mamãe - conseguiu educar todos e colocá-los na “prateleira de cima”, como ela dizia!

O tempo voou num piscar de olhos...

Depois, tive acesso a Jean Jaques Rousseau: Origem da Desigualdade Entre os Homens; Charles Baudelaire: As Flores do Mal; Victor Hugo: Os Miseráveis; Histórias Extraordinárias: Edgard Alan Poe (entre estas: O Corvo; O Gato Preto, O Poço e o Pêndulo, O Escaravelho de Ouro); A. J. Cronin: A Cidadela (entre outros deste autor). Diversas obras mediúnicas e romances de autores estrangeiros.

Continuo lendo. Não há como parar. É o meu sustentáculo.

Hoje em dia, posso dizer que tenho livros de cabeceira, pois sempre tenho à mão, - ou melhor, à minha espera -, na hora de dormir, um livro ao lado de minha cama. É - me indispensável!

Atualmente, estou relendo O Código Da Vinci de Dow Brown.

Sobre releitura, tenho um livro memorável que recebi, em meu aniversário, no ano de 1999, do meu colega Edison Scotolo, já falecido: Os Catadores de Conchas de Rosamunde Pilcher (nasceu no Reino Unido). Reli algumas vezes. História envolvente que se passa num vilarejo da Cornualha, Inglaterra.

Tenho outro: Os Caminhos da Lembrança, de Robert James Waller, (americano de Iowa/EUA), que também reli. Foi tema do filme As Pontes de Madison (1995), estrelado por Maryl Streep e Clint Eastwood. Ambos são imperdíveis, porém fico com a narrativa detalhada, primorosa, do livro!

Por certo que aqui não se presta a declinar as obras que passaram pelas minhas mãos. Aliás, já estou a me afastar do objetivo desta crônica.

Não poderia terminar, sem citar, pelo menos, outra obra dos meus eruditos confrades da Academia Cristã de Letras. Trata-se de O Inventário de Lides, da Confreira Rosa Maria Custódio, que li com muito gosto. Releio, uma vez ou outra, por me transmitir emoção genuína, por transbordar sentimentos reais vividos pela autora. Aliás, Rosa Maria não tem pejo algum em desnudar sua alma por inteiro. Ela é sinônimo da verdade: doa a quem doer ...

Vejam só que momentos magníficos Os Livros de Cabeceira, de Gabriel Kwak, me proporcionaram: mais uma deliciosa e inesquecível viagem pelo mundo da minha imaginação! Agradeço, pois.

Frances de Azevedo -  (Fevereiro / 2025)